E mais uma sensacional ideia do Google, uma empresa que parece levar bem a sério o conceito de não limitar suas criações.
Pouco tempo após escrever que a empresa mapeou parte do mundo submarino nos seus mapas vem a notícia de uma patente registrada nos Estados Unidos. Veja um pedaço extraído de lá em uma tradução livre para o português:
“Por exemplo, se o usuário tentar dar zoom em um detalhe de um objeto de interesse e exceder a capacidade de zoom do seu equipamento um pedido será enviado a um servidor remoto que providenciará uma imagem que mostre o detalhe do objeto de interesse com a resolução desejada.”
Simplificando um pouco, imagine a seguinte situação: você está em Paris e vai fotografar a Torre Eiffel um pouco de longe. Aí decide dar um zoom para ter uma foto mais detalhada e descobre que sua câmera não consegue aproximar mais a imagem. Entra aí o Google que manda para sua câmera uma foto mais aproximada e com o mesmo ângulo que você ia fotografar.
Parece espetacular para você também? Eu vejo uma ideia e possibilidades brilhantes aí. Pense comigo: existem zilhões de imagens iguais registradas do Corcovado, Foz do Iguaçú ou Avenida Paulista diariamente, com pouca (ou nenhuma) variação entre elas. Pensando bem, em um local como esses as chances de já terem tirado a mesma foto que você vai fazer são bem grandes, e algumas dessas podem ter sido feitas com um zoom mais poderoso do que o seu (morra de inveja… :). A partir desse conceito aquele gênio da lâmpada que adivinha o que você quer encontrar na internet vai adivinhar também o que você quer fotografar, e enviar para seu equipamento. UAU!
A ideia nem virou projeto direito e já tem a turma que sabe os problemas que ela vai causar. Os mais frequentes que li foram:
- Vai dar problema de direitos autorais,
- Tem quem reclame que essas não serão realmente suas fotos,
- E uma turma afirma categoricamente que ningúem vai querer isso.
Eu imagino que a lista de potenciais problemas seja infindável, mas eu realmente prefiro pensar de um modo diferente. Em primeiro lugar eu acredito que seja melhor pensar grande e sem limites, para depois avaliar a viabilidade e os impactos, sem antes limitar a criatividade com excesso de pessimismo. Essa é uma coisa que amo no Google, que parece sempre querer ir mais longe, apesar de já estar confortável na cadeira de número um e ser considerada uma empresa de ponta. É a mesma gana que se pode ver em um rol bastante limitado de empresas como a Apple (ame ou odeie), que conseguem manter em suas mentes corporativas aquela centelha de criação, de novidade, de exploração que faz toda a diferença. E pode fazer a diferença de outros casos como o doloroso fim da glória da Kodak, um ícone fundamental na fotografia. Em minha opinião nada médica a loucura da criatividade ajuda a evitar a miopia oriunda do sucesso.
Por favor não me enrenda mal, eu não critico quem vê os potenciais problemas e considero essas pessoas fundamentais no processo de criação. Também entendo que é necessário que se imponham limites para as empresas, para que não possam ferir algumas partes sensíveis do corpo humano como os neurônios dos direitos autorais e os nervos da privacidade. Mas eu realmente acho que as principais reclamações têm soluções fáceis:
- Direitos Autorais: não seria tão simples quanto o Google selecionar apenas imagens de quem cedeu os direitos ou que são da própria empresa? Fala sério, os caras mapearam o mundo inteiro com fotos de satélite e do chão!
- Fotos de outras pessoas: Eu realmente acho que isso não fará a menor diferença para muita gente. Mais uma vez a solução é simples: se você não gosta, não use. Basta comprar uma lente zoom mais potente ou não tirar aquela foto que você queria,
- Ninguém quer isso: bem, eu topo apostar alto que o Google tem mais acertos do que erros em sua história. E certamente tem cacife para bancar o lançamento e divulgação de suas criações. Mesmo assim, há uma lista de fracassos entre seus lançamentos, mas quem acerta todo o tempo? Quem sabe o que pode sair dessa ideia? Talvez a vejamos dentro de alguns anos entre a lista de “criações aposentadas” pelo Google, ou talvez possa ser a próxima grande sacada. SE isso virar realidade, só o tempo e o Google Analytics poderão dizer.
As coisas que eu realmente me preocupo ou gostaria de saber:
- Controle de qualidade – ninguém gostaria de receber uma foto fora de foco ou com exposição errada. E pelo menos eu odiaria receber uma foto com os efeitos do Instagram… 🙂
- frequência de atualização – alguns pontos de interesse mudam ao longo do tempo e isso poderia gerar situações não tão divertidas. Imagine-se mostrando as fotos da sua super viagem para alguns amigos até que um deles percebe que aquela é uma foto antiga. Ai…
- Resolução X tamanho – pode ser bem interessante ter a opção de escolher entre uma resolução para publicar na internet ou uma opção colossal como a da D800 para poder imprimir um outdoor,
- Uma variação interessante, se aplicarmos os conceitos das buscas nesse super zoom: poderia ser muito legal receber sugestões de outros pontos de interesse semelhantes aos fotografados, baseados na proximidade de sua posição atual pelo GPS e em suas fotos com melhores notas.
Independente das discussões que esse assunto possa gerar, eu admiro um gigante que consegue manter a mentalidade de quando começou, que consegue ser criança e sonhar alto, mantendo sua busca por “algo mais”. Talvez esse jeito de ser faça a diferença e nos traga maluquices que nunca imaginamos mas precisamos muito, como um par de óculos do Google e o que mais aquelas cabeças férteis conseguirem criar. E você, qual sua opinião sobre isso? O que gostaria de acrescentar ou tirar dessa ideia do Google? Mande um e-mail ou deixe seu comentário abaixo.
via NBC
Eu estou entre os que não ia querer usar essa tecnologia de forma alguma. Como gosto de fotografar, ou é a minha imagem ou nenhuma. Não tem nenhuma graça eu "usar" uma foto de alguem… Sem chance.